domingo, 13 de fevereiro de 2011

AOS PROFESSORES...


 Querido professor,
Não desanime, vá avante,

Da humanidade é luz do esplendor,

É sol que brilha em terra exuberante,

Estrada iluminada,

Luzeiro de escuras madrugadas!

 

Sem você, a sociedade esmorece,

A criança perde seu futuro,

Você é, de todos, a mais bela prece,

O sonho que surge prematuro,

A fé que a esperança carece,

O brilho que nunca desaparece.

 

Embora pouco reconhecido,

E, pouco prestígio alcança,

Com Jesus é parecido;

Seu devotamento, transpassado de lança,

Tem como maior recompensa,

A luta, para que seu aluno vença.

 

Assemelha-se ao pesado arado,

Que remove a terra, prepara o plantio,

Joga-se o grão adubado,

Que vencerá o inverno e o estio,

Com a chuva, a colheita é abundante,

A terra sorri em seu veludo verdejante!

 

Você, professor, vai além,

Prepara, aduba, planta, conquista,

Trata da semente como ninguém,

Da mente e da alma é um especialista;

Você é o amanhã de suave brisa,

O construtor, que a sociedade mobiliza ou paralisa!
 

(Capítulo do Livro Prática Pedagógica, escrito por Izabel Sadalla Grispino)

SAUDADES TEM CHEIRO...

Saudades tem cheiro...
Cheirinho de infância,
Brigadeiro de panela,
Pipoca com manteiga,
Chicle de bola de morango,
Comidinha da mamãe...
Tem cheiro de boneca...
De ursinho de pelúcia,
Bicicleta bem novinha,
Pula-pula com amigos,
Pic esconde no jardim...
  
Comidinha de brinquedo...
Bonecas, bercinhos e afins,
Casa linda, cor-de-rosa,
Que papai comprou pra mim...
Minha casa de bonecas,
Era do meu tamanho,
E alegrava nosso jardim...
Tem cheirinho de Natal,
Enfeites bem coloridos,
Estrelas coladas na janela,
Vagalumes a voar...
Olhos de Papai Noel,
Que lembravam todo o dia,
Que o natal já ia chegar.
  
Saudades tem cheiro de infância,
De presentes no Natal,
Coelhinho da Páscoa,
Ninho escondido,
Nos canteiros do jardim...
Tem cheiro de família,
De um grande amor sem fim,
Que não importe o tempo que passe...
Trarei sempre dentro de mim.
 
  Elke Franzeck

Criança tem que ser criança!...


Criança tem que ser criança!...
Na vida, tudo tem seu tempo
E cada tempo uma característica tem
Precisamos viver nosso tempo
E deixar que os outros vivam também...


Criança tem que ser criança
Ter pureza, inocencia e sonhar
Não há no mundo pecado maior
Do que sonhos de criança tirar...


Criança tem que ser respeitada e amada
E assim, aprender a respeitar e amar
Criança não aprende com discurso
Mas com o que está a vivenciar...

Criança tem que ser criança
Pular, correr e brincar
Não há no mundo triteza maior
Do que criança, pela infância, não passar...


Na vida de todo mundo, a infância
É o melhor tempo que se tem
Se vivemos bem esse tempo
E se deixamos que vivam também!

MEUS OITO ANOS Casimiro de Abreu

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;

O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !

Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã

Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!

Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!